Não divido todos os meus pensamentos
Será que é normal ainda sermos tão marrentos?
De tanto nos fazermos bem, será que viramos detentos?
Não que seja todo o tempo
Não queria, mas eu penso
E eu não sou do tipo de fazer lamentos, solto a fumaça no vento
Tento entender que somos dois, então não pensamos o mesmo
Não fazemos o mesmo e não somos os mesmos
Mas será que isso tudo tanto faz
Ou é o tempo que traz as guerras pra querermos a paz?
Choro pros sorrisos valerem mais
Estamos perdidos ou são sinais?
Somos loucos ou somos banais?
Nosso fogo é de incêndio, de efeitos especiais
Isso faz parte ou já é tarde demais?
Mas hoje eu não quero respostas
Sejam quais forem
As chances
Só tira a roupa e vem fazer amor
Só tira a roupa e vem foder, amor
Só tira a roupa e vem
Só tira a roupa e vem
Só tira a roupa e vem
Preocupado com essas idas e vindas, quantas vidas?
O motivo porquê a gente brinda
Cartas lidas
Esses corpos e as manchas de tinta, despedidas
Nossos quadros: Obras que a gente pinta nas feridas
Ela é convencida, mas tem a convicção
De que nada se conquista sem alguma objeção
Ela é destemida e não teme a solidão
Mas odeia ser tratada como segunda opção
Imagens, mensagens de texto, rotina
Paisagens, viagens, de praia à piscina
Estradas paradas em plena neblina
Milhares de olhares e mais cafeína
Volto pra casa alcoolizado nesse trem
No colo dela, ela me chama de meu bem
Observando quantos vão e quantos vem
Deve pensar que um dia eu posso ir também
Ela me diz o quanto odeia essa sensação
E que eu não sei como faço ela se sentir
Eu só respondo que essas coisas não serão em vão
E não darão razões pra me fazer querer partir
Ela já disse que me ama, mas fingiu que não
Pois ela sabe que o amor é tipo uma avalanche
Eu disse à ela que mentir não é minha intenção
E que a gente só precisa nos dar outra chance